Rota do Enxaimel: Passeios em Pomerode - SC

Pomerode é uma cidade incrível que conheci em minha última ida até Santa Catarina. Ela faz parte da rota alemã de cidades da região. Pertinho de Blumenau, é uma ótima opção de visita, e não só isso. Recomendo pelo menos uns quatro dias na cidade para você conhecer várias coisas que o local tem a oferecer.

Minha ida para Pomerode foi para conhecer a Osterfest: festa de páscoa tão conhecida na cidade. Já falei sobre ela aqui no blog, e posso reafirmar que adorei participar da festa e de toda cultura envolvida em toda ocasião. Além disso, já comentei em publicações passadas sobre 4 restaurantes para você conhecer em Pomerode e uma das rotas que visitei: Rota do Imigrante.

Hoje, vim aqui para contar um pouco de outra rota que conheci na cidade. Uma das primeiras a serem estruturadas, e a mais conhecida para quem busca algo para conhecer em Pomerode. A Rota do Enxaimel. A rota é tão conhecida por ser o local de maior concentração de casas enxaimel. São cerca de 50 casas ao longo de 16km, em um percurso tombado como patrimônio paisagístico pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

O que é Enxaimel?

Técnica construtiva trazida pelos imigrantes alemães, consiste em peças de madeira unidas por encaixes, sem nenhum prego ou parafuso. As peças encaixadas formam uma estrutura em treliça, altamente resistente a forças em todas as direções. Os vãos entre as madeiras são preenchidos por tijolos, taipa ou outros materiais.

Por serem encaixadas, é possível desmontar e remontar uma casa enxaimel, ao contrário de uma casa de alvenaria. A técnica enxaimel foi trazida ao Brasil e a Santa Catarina pelos imigrantes alemães, e Pomerode reúne uma grande quantidade delas. E, em Pomerode, a maior concentração de casas em enxaimel está na Rota do Enxaimel.

Como visitar?

Pelo percurso se encontrar no interior da cidade, e ser bem extenso, não é possível visitar a pé. Uma dica é pegar um guia que além de contar a história, já leve o grupo para o passeio. O meu guia foi o Silvio Bodenmuller que tem a Gertrud Wagen - (47) 99176-5728. O Silvio é incrível, com um vasto conhecimento sobre a história de toda a região, com certeza faz com que a experiência seja enriquecedora e inesquecível.

Durante o dia, ele nos levou a vários locais da Rota do Enxaimel, para conhecermos alguns atrativos, e em meio a isso, ele ia contando um pouco sobre os imigrantes, o começo de tudo, as curiosidades das casas, e muito mais. Ele faz esse percurso todo com sua Toyota Bandeirante 4x4, que já é outra experiência a parte para qualquer grupo.

O que visitar?

Começamos nossa visita conhecendo uma das casas de uma família que mora na região. A Casa Siewert. A Família Siewert chegou ao Brasil em 1868. A casa enxaimel foi construída em 1913, onde atualmente moram três gerações da família: a quarta, quinta e sexta no Brasil. Na visita guiada, você conhece a história da família desde sua origem na Pomerânia, o motivo da viagem e a chegada ao Brasil.

No pequeno sítio da família você também aprende a história do milho na região, conhece os animais da criação e o pequeno carro da família. É uma imersão completa aos costumes, tanto dos antepassados como da família hoje em dia também, já que eles continuam plantando e criando animais até hoje. Além disso, ao final da visita você prova alguns produtos coloniais da família e também da região. O difícil é não querer levar várias coisinhas para casa.

Após esse tour fomos almoçar no Restaurante Rota da Truta. E que almoço maravilhoso! Para quem me conhece, sabe que não gosto de peixe e frutos do mar. E acreditem, eu comi e adorei a truta deles. São muito bem selecionadas e muito bem preparadas. Incrível.

O restaurante oferece uma sequência de trutas, preparadas em sete diferentes receitas (castanhas, alecrim, alho e óleo, alho poró com tomate cereja, alcaparras com champignons, maçãs caramelizadas e truta frita), trazidas sequencialmente à mesa. Os filés de truta são acompanhados de salada, patê de truta defumada, pão caseiro, pirão de Truta, polenta frita e arroz.

Além da comida saborosa, o restaurante também é um passeio a parte pela história, já que está instalado em uma casa enxaimel, construída na década de 1930 e originalmente localizada no bairro Wunderwald (chamada “Casa Dahlke”), e transferida há cerca de 20 anos para a Rota o Enxaimel. Inteiramente restaurada, preservando sua identidade. Tombada pelo IPHAN.

Seguimos o passeio para conhecer um dos melhores chocolates do mundo? Não sei dizer porque sou chocólatra. Mas ele já possui vários prêmios. Na fábrica da Nugali Chocolates também podemos fazer uma experiência de visitação muito legal. Onde você conhece um pouquinho, desde a polinização até a fabricação do chocolate. É uma experiência muito legal (mostrei mais no vídeo).

Em um passeio interativo, você conhece o ciclo do cacau e do chocolate, desde o cultivo, fermentação e secagem do cacau. Da chegada das amêndoas de cacau na fábrica, até a torra, preparação da massa de cacau, conchagem dos melhores ingredientes, refino da massa de chocolate, temperagem, cristalização e embalagem. Você também visita uma estufa com pés de cacaus, construída na técnica enxaimel. Muito legal!

Por fim, nossa última parada pela Rota do Enxaimel foi na Delicaten biscoitos e cucas. Biscoitos e bolachas artesanais, produzidos por Dona Elia Maske e família, a partir de receitas passadas de geração em geração. Você ainda tem a chance de acompanhar o processo de produção dos biscoitos. A Delicaten produz biscoitos amanteigados, biscoitos de melado e cookies. Dona Elia também é conhecida por produzir cucas alemãs: a melhor cuca de Pomerode, feita a partir da receita de sua mãe.

Dica extra de visita

Não deixe de reservar um tempinho de seus dias na cidade para conhecer a Guenther Velas Especiais. Que encanto todo o trabalho feito pelas mãos da Dagmar Guenther. São velas especiais, em formatos incríveis, de vários tamanhos e encantadoras. Todas pintadas a mão, e transparecem todo o amor e carinho com que são feitas.

Conhecer a produção artesanal de velas especiais, decorativas e aromáticas é uma experiência que vai encantar você. As peças são feitas numa pequena fábrica, com muita criatividade, cuidado e delicadeza. A experiência é conduzida pela proprietária, que também apresentará todas as linhas e coleções na loja e suas exposições permanentes de Natal e Páscoa. Não tem como não se encantar.

 HOSPEDAGEM EM POMERODE 

Vocês já perceberam, por esse roteiro, que um dia só na cidade não é o suficiente. Eu sugiro pelo menos três dias para aproveitar esta e outras rotas, além de festas da cidade, como a tão famosa Osterfest que é a festa de páscoa de Pomerode. Eu me hospedei no Hotel Bergblick.

Um local aconchegante e espaçoso, com muita natureza e no centro da cidade. Você até esquece que está tão perto de tantas atrações e ao mesmo tempo na sensação de calmaria do campo. E tem o plus para quem tem seu animal de estimação, porque o hotel aceita os pets em seu estabelecimento.

Endereço: Rua Georg Zeplin, 120, Pomerode. 2 km do centro da cidade. instagram.com/hotelbergblick

 DICAS PARA QUEM VAI VISITAR A CIDADE 

• Leve roupas leves e confortáveis. Na maioria do tempo, e principalmente no verão, pode ser muito quente. A cidade também tem pouca incidência de ventos, então, não esqueça de se hidratar a todo momento também.

• Tenha protetor solar e repelente de mosquito. Protetor solar é algo que eu nem precisaria lembrar. É bom ter em qualquer viagem. Prevenir uma queimadura sempre é melhor. E o sol, hoje em dia, anda muito forte. Mas algo que geralmente eu não tenho comigo, e com certeza faz diferença nesta viagem é o repelente de insetos. Como a cidade é cercada de muita mata, os insetos são presentes em todo local, mesmo na cidade. Muitos lugares que você vai, eles possuem para usar, mas é bom você já ir prevenida com um próprio.

• Boné e Mochila. Sei que muitas pessoas não gostam, mas principalmente se você vai caminhar pela cidade ou pelo interior perto do meio dia, é sempre bom ter um boné ou chapéu junto. A mochila eu acho muito prática para passeios. Até porque dá para levar comidinhas junto.

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