Batalha entre liberdade e sobrevivência

17 novembro 2024


O planeta foi dizimado. Das cinzas dos antigos cinco continentes e união da antiga Europa se ergueu a nação de Alliance, que promete um país igualitário e seguro, mas entrega opressão. Devastadas por uma guerra biológica, as pessoas têm a liberdade suprimida e são obrigadas a acatar ordens de um governo ditatorial. Do contrário, elas morrem.

Com essa premissa pós-colapso global a escritora Rebeca Luz estreia no gênero ficção distópica com Artefatos de Sangue, primeiro volume de uma trilogia. A obra apresenta Nori, que cresceu no meio do caos da Sétima Província, assolada pela Cólera Roja, um estranho vírus sem cura, uma doença silenciosa que deixou lacunas em milhares de famílias. Ela sabe que a guerra ainda não acabou e se prepara para a tão sonhada fuga.

Envolta em desafios enquanto luta pela liberdade e abandonada por aqueles em quem confiava, Nori descobre que os rebeldes eurasiáticos, antes vistos como aliados, podem ser tão perigosos quanto o próprio governo. A sobrevivente descobrirá monstros mutantes e segredos antigos de artefatos que podem mudar o destino da civilização. Os Cae, uma comunidade de metamorfos, trazem mistério e magia ao cenário devastador. Para inserir um toque de realidade, sobretudo nas questões de contaminação viral e DNA presentes na história, a escritora teve suporte de professores especializados em vírus e genética.

Sempre há uma guerra para se lutar. Intercedemos em favor daqueles que veem coisas, mistérios acontecerem e não podem contar a ninguém, com medo de serem considerados loucos ou uma ameaça. Essa é uma batalha diária. Queremos a segurança daqueles que fazem coisas incompreensíveis e não conseguem entender, ou que têm sentimentos inexplicáveis, e precisam se esconder. Nosso povo. Gente que é como nós, Cae. Especiais. (Artefatos de Sangue, p. 90)

Destinada a leitores jovens adultos e àqueles que gostaram de Maze Runner, Jogos Vorazes e Divergente, a obra consegue equilibrar uma trama instigante sem cenas que contenham conteúdos impróprios para menores. Com linguagem acessível, a autora cria um universo ficcional para tratar de temas como amizade, lealdade, confiança, ancestralidade, política, poder, amor e traição. Rebeca dialoga com os leitores ao trazer um suspense característico da fantasia e permite que possam se identificar com escolhas e sacrifícios enfrentados pelos personagens.

Artefatos de Sangue é uma viagem para um mundo que questiona o valor do conhecimento e o preço do poder. Para concluir o primeiro livro desta trilogia, a autora aguça a curiosidade do leitor ao narrar que Nori e os outros jovens se preparam para uma missão na qual precisarão buscar os artefatos escondidos. Uma gota de sangue de cada membro da equipe escolhida representa o compromisso com a misteriosa Rainha para abrir o portal mágico que os levará para o próximo destino: uma América do Sul esquecida pelo mundo. Unidos pela responsabilidade, eles encontrarão uma nova vida ou a destruição total da sociedade como conhecem?


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